E se a Copa do Mundo fosse decidida pelo tamanho do mercado automotivo?
Por GLAUCO LUCENA
A Copa do Mundo em AutoBuzz está a todo vapor, após o show de gols de Espanha e Portugal. Depois da simulação por produção automotiva, chegou a vez de deixar as Vendas Internas decidirem a disputa. Sim, aqui, ganha quem vendeu mais automóveis e veículos comerciais em 2017, de acordo com o balanço anual da OICA, a FIFA do segmento automotivo global.
Quem acompanhou ontem a Copa do Mundo dos produtores mundiais de automóveis vai reparar grandes viradas na Copa que leva em conta o tamanho do mercado automotivo. Aqui, países que não produzem em grande escala podem se tornar grandes mercados, e grandes produtores podem se tornar nanicos do ponto de vista conercial.
Simulando a tabela da Copa da Rússia e os cruzamentos do torneio, chegamos ao mesmo vencedor da Copa dos Produtores, mas com grandes diferenças nos demais resultados. Confira!
PRIMEIRA FASE
Grupo A
1 – Rússia: 1.602.270
2 – Arábia Saudita: 548.250
3 – Egito: 181.001
4 – Uruguai: 61.484
Análise: Arábia não produz um carro sequer, mas supera o Egito, que tem produção local. Rússia e Uruguai têm vendas proporcionais à sua extensão territorial.
Grupo B
1 – Irã: 1.718.565
2 – Espanha: 1.451.089
3 – Portugal: 264.904
4 – Marrocos: 168.913
Análise: Embora seja um maior produtor que o Irã, a Espanha perde em tamanho do mercado interno. Para Portugal, não há Cristiano Ronaldo que salve a eliminação precoce.
Grupo C
1 – França: 2.604.942
2 – Austrália: 1.188.677
3 – Dinamarca: 263.361
4 – Peru: 180.020
Análise: Nesta chave, a classificação como mercado interno é exatamente a mesma como país produtor de veículos.
Grupo D
1 – Argentina: 900.403
2 – Croácia: 60.795
3 – Islândia: 24.059
4 – Nigéria: 6.999
Análise: O time de Messi caiu numa chave bem fraca. Croácia e Islândia não produzem veículos, mas vendem bem mais que a produtora Nigéria.
Grupo E
1 – Brasil: 2.238.915
2 – Suíça: 355.910
3 – Costa Rica: 51.884
4 – Sérvia: 30.924
Análise: A seleção canarinho também não tem adversários à altura aqui. Suíça e Costa Rica, que não têm fábricas de carros, superam a produtora Sérvia.
Grupo F
1 – Alemanha: 3.811.246
2 – Coreia do Sul: 1.798.796
3 – México: 1.570.764
4 – Suécia: 442.835
Análise: Grupo da morte! Quatro tradicionais fabricantes de carros mantém nas vendas internas a mesma proporção e colocação, para azar do México, que cai logo de cara.
Grupo G
1– Inglaterra: 2.955.182
2 – Bélgica: 634.111
3 – Panamá: 49.762
4 – Tunísia: 47.359
Análise: Os dois países europeus dominam o grupo, a exemplo do que fizeram na Copa dos produtores. Há inversão de posição apenas entre os eliminados Panamá e Tunísia.
Grupo H
1 – Japão: 5.238.888
2 – Polônia: 576.144
3 – Colômbia: 233.960
4 – Senegal: 6.516
Análise: Japão consome a metade dos carros que produz, mas é o suficiente para liderar com folga a chave. Aqui, não há alterações na classificação entre produção e vendas.
OITAVAS DE FINAL
Rússia elimina Espanha
França elimina Croácia
Brasil elimina Coreia do Sul
Inglaterra elimina Polônia
Irã elimina Arábia Saudita
Austrália elimina Argentina
Japão elimina Bélgica
Análise: Brasil, que na Copa dos Produtores caiu nesta fase frente à Coreia, aqui dá o troco, pelo tamanho de seu mercado interno. A mesma inversão ocorre entre Argentina e Austrália, que no futebol seria uma grande zebra. A gigante Espanha é outra que cai precocemente frente aos donos da casa.
QUARTAS DE FINAL
França elimina Rússia
Inglaterra elimina Brasil
Irã elimina Austrália
Japão elimina Alemanha
Análise: O sonho brasileiro do hexa terminaria aqui diante dos ingleses. Algo inimaginável antes da crise de 2011, quando o mercado nacional era muito maior do que o britânico. A Alemanha, maior mercado europeu, não resistiria ao gigantesco mercado japonês (uma surpresa de levarmos em conta o tamanho do arquipélago nipônico). O Irã é a grande surpresa na semifinal.
SEMIFINAIS
Inglaterra elimina França
Japão elimina Irã
Análise: Como gostam de carros esses ingleses! Apesar do território menor, eles venceriam o clássico europeu contra os rivais franceses. Já no embate asiático, goleada japonesa sobre a zebra iraniana.
FINAIS
França vence o Irã na disputa do terceiro lugar
Japão se consagra na final conta a Inglaterra
Análise: Pois é, deu Japão de novo, numa surpreendente final de países com mão inglesa. Sem os gigantes EUA e China nessa Copa, o Japão é o maior produtor entre os 32 países, e também tem o maior mercado interno, graças ao sucesso dos chamados carros kei (pequenos veículos com limite de dimensões e de motorização, muito práticos num país que sofre com a falta de espaço).
- Pequeno Nissan Note vem liderando as vendas no Japão neste ano de Copa do Mundo
Categories
One thought on “E se a Copa do Mundo fosse decidida pelo tamanho do mercado automotivo?” Leave a comment ›