Honda fecha acordo com GM por carros autônomos. Google ficou no altar
Nesse corrida pelas tendências de eletrificação, automação, compartilhamento e conectividade, fidelidade não é o ponto forte. Montadoras rivais se aliam entre si e com empresas da era digital como uma constância impressionante. E, às vezes, surgem traições e divórcios. O caso mais recente foi da japonesa Honda, que namorou por anos com a Waymo (do mesmo grupo do Google) na pesquisa por carros autônomos, mas acaba de anunciar casamento com a General Motors.
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A Honda Motor Co. gastou cerca de dois anos checando a tecnologia que pertence ao nome mais quente em veículos autônomos: o Google Waymo. Mas ontem surpreendeu a indústria e seguiu outra rota, investindo US$ 2,75 bilhões com a unidade autônoma da GM, de acordo com a agência Bloomberg. A decisão da Honda foi uma grande vitória para a GM, já que as tecnologias da GM e a da Waymo estão envolvidas em uma competição acirrada: os dois vêm realizando amplos testes em estradas e estabeleceram metas semelhantes para a criação de frotas de robôs.
A GM ganhou apoio do SoftBank Vision Fund alguns meses antes de garantir o investimento da Honda, enquanto a Waymo se uniu à inglea Jaguar (controlada pela indiana Tata) e expandiu sua aliança com a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) neste ano, usando como laboratório de automação a minivan Chrysler Pacifica.
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Segundo a Bloomberg, a Honda fará um investimento de US$ 750 milhões na GM Cruise LLC (divisão de autônomos da GM), além de gastar US$ 2 bilhões em 12 anos para desenvolver e implantar veículos autônomos em conjunto, disseram as empresas nesta quarta-feira em um comunicado conjunto. Com isso, a Honda terá uma participação de 5,7% na GM Cruise.
O que deu errado entre Honda e Waymo ainda é um mistério. Na especulação da agência Bloomber, mesmo que não faça mais parte do Google, o Waymo ainda é de propriedade do Google Alphabet, e a preocupação é que ele manteve algumas das tendências do Google de atuar como um concorrente até mesmo para seus próprios parceiros. O exemplo mais citado é o Android do Google. Os fabricantes de smartphones liberam o sistema operacional, mas são deixados para fazer pequenas margens de lucro no hardware, enquanto o Google fatura bilhões de dólares com o software e os serviços que vêm pré-instalados nos telefones.
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