Produção de abril foi a pior da história do setor automotivo, iniciada em 1957
Ford, GM, Volkswagen, Mercedes-Benz, Scania, DKW-Vemag, FNM e Willys. Esse era o elenco de fabricantes em 1957, primeiro ano cheio de produção de veículos no Brasil. Naquele ano, em todos os meses, a produção girou entre 2 mil e 3 mil unidades. Sessenta e três anos depois, a indústria viveu seu pior ano da história, com apenas 1.847 unidades produzidas, num mês em que quase todas as fábricas pararam de forma espontânea, para proteger seus funcionários em meio à pandemia da Covid-19.
De acordo com os números divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o tombo foi de 99% sobre o mês anterior e de 99,4% sobre abril do ano passado. A queda abrupta da produção foi acompanhada de recuos igualmente dramáticos nas vendas ao mercado interno e nas exportações. Os licenciamentos de autoveículos, de 55,7 mil unidades, foram 76% menores que em abril de 2019, pior resultado em 20 anos. O segmento de caminhões recuou 53,5% no mesmo período. Já as exportações despencaram 79,3% (pior volume desde janeiro de 1997).
Os estoques na virada do mês estavam em 237 mil unidades entre fábricas e concessionárias, suficientes para quatro meses de vendas no ritmo lento atual, o que explica a dificuldade em retomar a produção em todas as fábricas. O único indicador positivo é o nível de empregos diretos na indústria, que se mantem num patamar acima dos 125 mil na soma das 26 associadas da Anfavea.
Para Luiz Carlos Moraes, presidente da associação das montadoras, é preciso em primeiro lugar proteger a saúde dos funcionários, e ao mesmo tempo encontrar meios para que o Brasil não entre numa recessão tão grave que possa levar o país a um colapso. “Isso exige um engajamento coordenado de toda a sociedade e também do Estado brasileiro, com foco absoluto na saúde e na economia. Não é hora de ruídos políticos que só desviam as atenções do que realmente interessa à população brasileira no momento de uma crise sem precedentes”.
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Infelizmente o Brasil carece de homens patriotas e com vergonha na cara.